Bakanices

10 novembro, 2013

A primeira vez a gente NUNCA esquece - Fashion Rio #03




Divulgação/Ego

E aí a sexta-feira chegou. A boa notícia: consegui dois convites para assistir aos desfiles da Coven e da TNG. Um único pensamento: OMG!


Lá vou eu para o Píer Mauá em um pontual ônibus da linha 123. Durante o percurso faço amizade com uma publicitária super simpática, a caminho do Fashion Rio, a Simone. Papo vem papo vai, ela me conta que ia até o Salão Bossa Nova, o salão de negócios que acontece paralelo ao evento, e me convida para irmos juntas. Por quê não? Na van encontramos a amiga dela, Fátima, e partimos para conhecer o lugar onde o dinheiro circula.

O salão é uma grande exposição de várias marcas. Próprio para os lojistas conhecerem as grifes e as suas coleções. Esse ano, várias marcas mineiras marcaram presença mostrando suas criações para os compradores. Entre as marcas expositoras, a espanhola Desigual atraiu nossa atenção. O motivo? No princípio tudo era uma questão de conseguir a bolsa linda e colorida que estava sendo distribuída. Tinham as várias frutas frescas e o prosecco à vontade. Mas depois de reparar bem na performance proposta pela marca, tudo ficou diferente e purpurinado. Explico. Para atrair os transeuntes, a Desigual chamou dois artistas plásticos espanhóis para fazerem camisetas. Só que não era uma simples confecção. Los chicos pintavam a camiseta no corpo da futura dona. O que significa um pequeno banho de tinta branca e azul, além da purpurina usada pelos meninos para deixar a peça cheia de estilo.

Não, não sou eu.

Não sou eu aqui também.




Mesmo tendo dois desfiles para ir, mesmo tendo escolhido a dedo o modelito para o terceiro dia de Fashion Rio, mesmo precisando manter o visual digno, eu me arrisquei. Fui na onda da brincadeira. Não só para ganhar uma camiseta exclusiva e bacana, mas também para participar daquele momento. O astral daqueles dois estava tão bacana. A música super legal. A fumaça de gelo seco deixando tudo com  um clima meio misterioso. Enfim, quando dei por mim, estava falando em um espanhol quase fluente com o organizador da fila e distribuidor das blusas. Ele me enrolou em uma malha branca, troquei a parte de cima pela tela em branco e esperei o galanteador pintor espanhol de profundos olhos verdes me chamar para a festa começar.

El Davi - o pintor bakana
Nos comunicamos pelo olhar e aí eu percebi que eu não poderia pedir nada, encomendar nenhum tipo de estampa. O barato seria eu me entregar para a arte. E foi o que eu fiz. Depois de longos instantes de observação mútua e nenhuma palavra, Davi - o pintor charmosão - começou a fazer o seu trabalho. E que trabalho. As mãos carimbadas parecem asas e a purpurina aplicada no desenho fez toda a diferença. Durante aqueles minutos me senti única e muito feliz. A experiência foi ótima. Sabia que teria que correr para o banheiro e torcer para não ficar completamente brilhante. Ainda sim, aproveitei a farra.




Essa sou eu. 

Depois desse momento quase mágico - foi bem legal mesmo. O desespero quase completo e absoluto aconteceu no banheiro. Graças a auxilar que estava lá, a linda Andreia, o pavor não foi completo. Conseguimos acabar com o papel e tirar bastante da tina e do brilho que estava grudado em mim. Não ficou 100%, mas ah, sou brilhante mesmo. Andreia, um beijo para você!

Saí de lá me ajeitando toda, disposta a não me meter mais em pinturas espontâneas antes dos desfiles. No caminho para a van conheci uma das marcas mineiras participantes do Bossa Nova. A Lala. Natural de Belo Horizonte a grife tem roupas cheias de informação de moda, sapatos e acessórios. E vestidos super bordados muito bonitos (tão brilhantes quanto eu naquele momento). Olha só o site com a coleção de verão: lala.com

Bom, cheguei ao Fashion Rio e me aprecei para pegar os meus lindos convites. Vale deixar registrado que as meninas da assessoria da Coven e o Pedro, assessor da TNG foram super bacanas. Sem maiores dramas e munida dos sonhados passaportes fui dar uma passeada pelos lounges para ver o que estava rolando. Fui conferir o espaço da revista Marie Claire que estava chique e com vários petiscos. Mas era bem mais uma estação de trabalho do que um lugar para ficar de bobeira. Mesmo o prosecco rolando solto, o pessoal estava envolvido com que rolava nas redes sociais e no evento. Saí de lá com a edição de novembro cuja capa é com a linda Maria Casadevall.

Sai de lá e fiz uma parada nos sofás brancos da Boticário para assistir ao desfile da 2and Floor. A inspiração para a coleção de inverno veio da cultura Amish. Grupo religioso que vive nos Estados Unidos e no Canadá e que é conhecido pelos costumes conservadores, como o uso restrito da tecnologia. Cheia estampas e muito vermelho, a marca também levou para a passarela uma make bem inocente: pele básica e quase nada de maquiagem nem nos olhos e nem na boca.





Lembrando que o  line-up do dia começou com o Herchcovitch desfilando sua coleção cheia de jeans e atitude lá no Museu de Arte Moderna (MAM).


O horário do desfile da Coven se aproximou e eu fui para a fila. Ah a fila. Uma experiência antropológica única, como toda boa fila. Fazemos amizades, observamos figuras míticas. Vemos como se vestir ou como não se vestir. Têm as meninas implorando convite, têm os seguranças malandros dando um jeitinho.  E tem essa que vos fala surtando de euforia e tentando manter carão plácido e tranquilo.








A sala 2 abre as suas portas eu vou em busca do meu lugar. Cada segundo de espera é uma oportunidade para absorver tudo o que estava acontecendo. O fluxo de pessoas enchendo a sala, a passarela decorada com listras azuis, pretas e brancas, as pessoas comentando sobre o que viram da Coven na última estação. O vídeo publicitário incessante, a gravação que pedia aos presentes que se acomodassem. Tudo passou de uma maneira bem didática que juro não ter reparado se demorou ou não. Riam de mim, mas a atmosfera era mágica. Ainda que a minha primeira vez não tenha sido com a Chanel, naquele momento a marca mineira era o ápice da moda.




As luzes se apagaram e o babado começou. E foi LINDO. Super me identifiquei com as saias longas listradas de azul e branco - já dava para desconfiar da cartela base de cores pelo convite e pela passarela. Os tricôs dos casacos compõem looks cheios de elegância e em algumas peças aparecem tão leves, quase uma seda. Agora os pontos de vermelho e amarelo do desfile me conquistaram. O vestido vermelho quase vinho é o meu favorito. Empata com a saia longa listrada. Confesso. Olha a parte final do desfile aqui! 

EU QUERO!
Márcio Madeira/ First View

Quase favorito
Márcio Madeira/ First View

Lindo!
Márcio Madeira/ First View




Mal a adrenalina do primeiro round tinha passado já estava me encaminhando para a fila da TNG. O desfile concorrido da noite. Na primeira fileira, atrizes globais, do meu lado, uma turma de baianas arretadas. Mais uma daquelas amizades-instantâneas. As meninas, que são especialistas em semana de moda e caça de famosos, estavam com o radar ligado para encontrar alguém que valesse uma foto. Me diverti esperando o desfile começar. Por alguns momentos mergulhei em um pânico enorme achando que tinha perdido meu celular. De novo contei com a ajuda desses encontros casuais. A dupla baiana me ajudou a encontrar o danado e a curtir como nunca a apresentação da TNG.




Meus amores, o que foi aquilo? Não li tudo o que saiu sobre esse desfile, mas na boa, eu me senti em uma balada. O rock in roll pesado e em alto e bom som. A presença do trio da novela das 21 da TV Globo, Danielle Winits, Marcello Antony e Thiago Fragoso empolgou a platéia. Mas quem roubou a cena foi Danielle. Com três entradas, a bela se sentiu em casa e dava para ver que estava curtindo muito. Famosos a parte, as roupas estavam afinadas com o clima rock. Tachas, spikes (hm...) rebites e couro, muito couro. Estampas de onça das mais variadas formas também desfilaram. Gostei do que vi, apesar de ter sido BEM comercial. Só acho que spikes já deram um pouco. Ah! O jeans branco, craquelado, foi a boa.




Márcio Madeira/ First View

Márcio Madeira/ First View


Márcio Madeira/ First View

Márcio Madeira/ First View

Márcio Madeira/ First View

Márcio Madeira/ First View






A noite parecia estar acabando sim. Mas eis que um pensamento volta a mente. Comentei por aí que gostaria de ver três pessoas circulando pelo Fashion Rio. Só ver mesmo. As eleitas: Julia Petit, Mariana Weickert e a Lilian Pacce. Mas das três bonitas a minha diva maior é a sra. Pacce. Pois bem meus queridos, eis que no momento em que me lembrei desse objetivo olho para frente e com quem eu dou de cara, LITERALMENTE?!?! Ela, ela mesma. Lilian Pacce. Em carne, osso, cabelos curtos e look total black. Não me perguntem, não queiram saber. De novo agi quase no automático. Meu inconsciente sabe o que fazer nessas horas. Só consegui dizer; "Lilian, uma foto, por favor?". Ela, muito educada mas também, bastante apressada, responde olhando para mim e para produtora/assessora: "essa é a última gente, preciso correr". SIM. Tiramos a foto. Como resposta pronuncio: "Muito obrigada e desculpa te atrapalhar". Ela ainda responde: "Imagina!". E sai apressada pelos corredores da semana de moda carioca.






Fim da noite.



Em êxtase.



PS: os tempos verbais estão todos misturados, muitas sensações ao mesmo tempo resultam em uma confusão tempo/verbal inacreditável.


Um comentário:

  1. Analice, que demais!!
    Esse foi o primeiro de muitos muitos!
    Parabéns
    =D

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